sexta-feira, 20 de abril de 2012

Atividade 2 - Ameaças à biodiversiadde



Reportando ao dia que se celebra no dia 22 de Abril - Dia Munidal da Terra - não há
melhor forma de o fazer do que abordar a temática da Biodiversidade e dos seus hotspots, assim como das ameaças que estes são alvo.

Segundo a bibliografia cedida pela Docente, nomeadamente Myers (1996), os estudos apontam para a existência de concentrações de biodiversidade em determinados ecossistemas da Terra em detrimento de outros.
Esta constatação, aliada às condições edafo-climáticas e de insularidade de alguns locais, favorecem o endemismo de espécies.
Os Açores são um bom exemplo do acima exposto. A insularidade do arquipélago, origina características únicas de habitats e por conseguinte particularidades nas suas espécies, levando à existência de hotspots de Biodiversidade - como é o caso do Pico alto na ilha de Santa Maria.
Existem diferentes tipologias de ecossistemas que são considerados hotspots para biodiversidade, pelas suas qualidades por excelência para a vivência de um elevado número de espécies; como são exemplo os Lagos tropicais e as zonas húmidas (Myers, 1996).

Gostaria de citar um artigo de hoje do jornal açoriano "Açoriano Oriental" - "Açores "ricos" em Invertebrados", o qual salienta a importância dos Açores para estes animais.
Segundo Doutor Paulo Borges, do Grupo da Biodiversidade, da Universidade dos Açores, "os Açores devem o seu potencial ao facto de terem ainda algusn dos habitats mais bem preservados da Europa". Das mais 400 espécies endémicas dos Açores, cerca de 90 % são invertebrados, uma percentagem que é superior à verificada a nível global.

No entanto, estes ecossistemas, locais propícios para a concentração de biodiversidade com destaques importantes como a possibilidade de endemismos, encontram-se cada vez mais ameaçados, directa ou indirectamente pela acção antropogénica.
A preocupação deste impacte negativo tem aumentado quase que exponencialmente, com realce para a importância da sua conservação.
Esta preocupação pode traduzir-se em um aumento de publicações científicas nesta temática, que, segundo a Conservation International, se encontra também associada ao crescimento de citações de artigos de Myers ao longo dos últimos anos (ver gráfico).
Impacte Científico do conceito "hotspots". As barras verdes indicam o número de artigos científicos publicados contendo o termo "hotspot" no contexto da conservação da biodiversidade. a linha vermelha indica o número de citações de Myers (in Impacte of Hotspot)

As ameaças e alterações verificadas são originadas pelos seguintes factores: demografia, economia, factores sociopoliticos, culturais e religiosos, científicos e tecnológicos (in Millennium Ecosystem Assessment, 2005)
O aumento exponencial da população mundial originou a proliferação e ocupação de terrenos não urbanizados, mas de elevada importância Biológica. São exemplos destes casos, os ecossistemas das Zonas Húmidas. Estes locais albergam na sua periferias urbanizações, que disfrutam dos seus benefícios e qualidades. No entanto, e aquando da necessidade de proliferação, estes ecossistemas são ocupados pelo Homem, levando à ameaça da sua biodiversidade (Carapeto, C. 2010).

Como já referido anteriormente, a zona do Pico Alto, na ilha de Santa Maria, é designado de hotspot de biodiversidade, alvo de estudo por diferentes investigadores internacionais e regionais.
Este hotspot de biodiversidade possui uma grau de exclusividade de cerca de 0.71, valor acima dos restantes obtidos para outros locais dos Açores (Borges, 2008). No total, os Açores possuem um total de 57 espécies endémicas, sendo que 21% são conhecidos para esta área. Dos artrópodes conhecidos, muitos são exclusivos de Santa Maria, e da área do Pico Alto, como por exemplo o Tarphius pomboi (já mencionado neste blog).
Segundo Borges (2008), "importa considerar o Pico Alto de Santa Maria, uma área única para a fauna de invertebrados dos Açores, sendo o +ultimo reduto de fauna mais antiga do arquipélago".
No entanto, esta biodiversidade merece alguma preocupação, uma vez que a área do Pico Alto e circundante possui flora infestante, que devido à suas características tendem a superar a flora endémica e autóctone, à qual a fauna particular deste local se associa.
A fauna infestante mais comum é a Conteira (ou Roca-da-velha) - Hedychium gardneranum e o Incenso - Pittosporum undulatum.

Mas como nem sempre tudo pode ser visto de uma forma negativa, estas ameaças merecem preocupação do Governo Regional dos Açores, nomeadamente da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, o qual impulsionaram nos últimos anos factores de protecção do referido local, atendendo à sua biodiversidade única e por isso de extrema importância na área da conservação. Estas acções de protecção vão de encontro à bibliografia Millennium Ecosystem Assessement (2005), a qual indica diversas formas de alteração das ameaças inerentes à biodiversidade.

Uma das primeiras acções referem-se à protecção legal do Pico Alto, através do Decreto Legislativo Regional nº 47/2008/A, que cria o Parque Natural de Santa Maria, e atribui a caracterização de Área Protegida para a gestão de habitats e espécies, para a área do Pico Alto, ressalvando assim a biodiversidade existente e a sua importância de conservação na temática dos endemismos dos Açores.

Uma segunda acção directa centra-se na campanha PREFECIAS, que possui como principal objectivos a remoção de flora invasora de diversos locais, nomeadamente da área do Pico Alto, com a reposição de flora endémica.

Em título de conclusão, gostaria de referir que no presente tema particularizei o caso de Santa Maria, uma vez que é uma realidade próxima que se enquadra de todo, na presente matéria, com casos práticos e associados à bibliografia cedidas pela docente.

Bibliografia:
- Carapeto, C. (2010). Zonas Húmidas Naturais e Artificiais: características, proteção e benefícios. Editora Bubok.
- Millennium Ecosystem Assessment (2005). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC. Disponível na Plataforma da Universidade Aberta –UC Biodiversidade, Geodiversidade e Conservação. Acedido a 16 de abril de 2012.
- Myer, N. Biodiversity II. The rich diversity of biodiversity issues. Disponível na Plataforma da Universidade Aberta –UC Biodiversidade, Geodiversidade e Conservação. Acedido a 16 de abril de 2012.
- Cabral, R. (2012). Açores "ricos" em invertebrados. Jornal Açoriano Oriental, edição de 20 de Abril de 2012. Ponta Delgada.
- Impacts of Biodiversity. Conservation International. Disponível em http://www.conservation.org/where/priority_areas/hotspots/Pages/impact_of_hotspots.aspx. Acedido a 19 de Abril de 2012.

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